Há cerca de 14 anos eu conheci um homem fabuloso. Ele, assim como eu, era descendente do Rei David, e embora tivesse uma raiz real não vivera e nem fora criado como um Rei.
Este varão fora criado por sua genitora, Myriam e por seu marido, Yossef, um carpinteiro humilde e obediente que criou-o como se fora seu próprio rebento.
Embora tenha sido criado em meio a pessoas humildes e de forma humilde, em seu âmago vivia a mais sábia alma que o mundo já viu. Este homem é muito famoso, talvez possua nome mais falado e conhecido no mundo. Todos que o conhecem o chamam Jesus. Ele nasceu de uma mulher judia, e foi criado segundo as tradições judaicas, lendo a Torah e os profetas em língua hebraica. Como seu povo havia sido subjugado pelos arameus, falavam a língua aramaica em seu cotidiano. Este mesmo aramaico influenciou até mesmo a escrita do chamado hebraico moderno. Como um bom judeu, fora circuncidado ao 8º dia com um nome judeu: Yeshua benYossef, Yeshua filho de José (embora este não fosse seu pai de verdade, mas sim seu tutor). Criado nos ensinamentos de Moshé, Ele cumpriu tudo que fora dito acerca de sua vida e caráter, e ao fim dela cumpriu seu propósito: morreu por nossos pecados e ressuscitou para que ganhássemos a vida eterna.
Embora ele fosse um homem humilde, não falava como um homem inculto. Sua humildade era em relação a sua vida cotidiana e atitudes, porém, como Ele mesmo disse: aqui está aquele que é mais sábio que Salomão. Jamais houve e jamais haverá sobre a face da Terra homem mais sábio e inteligente que Yeshua.
Nos dias atuais há no meio evangélico uma falsa impressão do mover de D-us. Muitos cristãos pregam que D-us usa o humilde. Isto é totalmente correto, entretanto, humildade não é sinônimo de falta de cultura. É possível visitar diversas congregações onde você ouve os líderes falando como alguém que mal sabe ler e escrever. Em contrapartida, há pessoas com mais de 50 anos de idade que estão começando a aprender a ler e escrever do nada, bem como há pessoas retomando os estudos e completando o 2º grau ou até mesmo ingressando em Faculdades. Estudo abre diversas portas. As agências de emprego procuram pessoas com estudo. Falar outras línguas chega até mesmo a ser quesito eliminatório para se conseguir emprego ou continuar desempregado. Como já disse anteriormente (em outra postagem), para eu ser um missionário, eu preciso saber a língua corrente do país para qual estou sendo enviado. Quem me recebe em seu pais não tem que saber minha língua para ouvir o evangelho, se converter e ser salvo, ao contrário, eu que levo o evangelho é que tenho que saber a língua daqueles a quem vou pregar.
Você sabe me dizer quem foram os pregadores que mais escreveram na Bíblia? Vou te dar três dicas: 1ª um está na Torah e outro na Nova Aliança; 2ª são os homens mais cultos da Bíblia; 3ª Seus nomes estão no título desta postagem. Agora você já sabe.
Moshé (Moisés) foi levado para o Egito (Mitzrayim) por um motivo especial. Além do que é narrado na Torah há algo que você talvez não saiba. Moshé falava 70 línguas. Quando ele redigiu os mandamentos de D-us, este ordenou a Moshé que anunciasse a sua Instrução (A Torah) a todas as nações da região; hoje em dia o mesmo é feito com as leis humanas, ao redigir a lei, o juiz manda publicá-la e ao fim escreve: Registre-se. Publique-se. Cumpra-se. A lei é registrada, publicada no Diário Oficial e deve ser cumprida. O mesmo fez o Eterno. Assim como na lei do homem, alegar desconhecimento da lei não o livra do crime, pois ela (a lei) já foi publicada e tornada pública, isto também ocorre e ocorreu com a Torah. Moshé subiu no monte e proclamou todos os 615 mitsvôt (mandamentos) a toda alma vivente, de forma pública, informando que D-us estava proclamando suas normas e regras de vida neste mundo. Ninguém escreveu mais no Tanach, e até hoje Moshé é reverenciado no meio judaico como o maior profeta que já esteve sobre a face da Terra.
Na Brit Hadasha (A Nova Aliança, que você deve conhecer como Novo Testamento) o homem que mais escreveu também foi o mais notório e culto homem de sua época entre os seguidores do Senhor: Rav. Shaul, que você deve conhecer como Paulo de Tarso. O próprio Paulo expõe seu Curriculum, dizendo ser fariseu de fariseu, criado segundo a Torah irrepreensívelmente; falava aramaico e lia a Bíblia Hebraica. Apóstolo das Nações (goim) pregava aos gregos em grego. Escreveu diversas cartas aos seus “filhos na fé”, aqueles que ao longo de anos de ministério apostólico trouxe à salvação em Cristo. Da arrogância à humildade. Da glória à pobreza. Como ele mesmo disse: Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece. Moshé e Shaul são dois bons exemplos a serem seguidos.
D-us vai continuar usando aqueles que não tiveram tantos privilégios e não puderam estudar. Dizer que D-us não chama o capacitado, mas capacita a quem é chamado, é um sofisma, uma meia verdade. D-us capacita sim ao que chama, sendo culto ou não. Mas como acabei de exemplificar D-us usa muito mais o letrado e o culto do que qualquer outro. Os homens verdadeiramente convertidos que mais foram usados na Bíblia foram exatamente os dois mais cultos: Moshé e Shaul.
Portanto, deixe D-us usar o que você já tem e que será útil a Ele. Se não há nada a ser usado Ele acrescentará e te capacitará.
Um abraço.
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